quinta-feira, 25 de junho de 2015

Resenha: Drácula - o vampiro da noite



Drácula - o vampiro da noite é escrito de forma epistolar, ou seja, através de trechos de diário, cartas, notícias de jornal e telegramas (o e-mail da época). Coisa que eu achei que seria um pouco chata, e limitaria a visão dos acontecimentos, condicionando-o ao ponto de vista de um só personagem. Mas paguei a língua!! 


Primeira Stocker coloca o modo de ver não só por um personagem, mas de vários. Dando pontos de vistas variados de diversos detalhes de toda a história. E cada vez que terminava um capítulo, ou uma parte da história do personagem, você fica ansioso pra saber o que vai acontecer com ele.
A história se inicia com Jonathan Harker, advogado londrino, que viaja até a Transilvânia, situada na Europa Oriental para cuidar dos papéis de seu cliente, o misterioso Conde Drácula. O nobre é muito cordial com Harker, narra-lhe a história de sua família, apresenta-lhe os aposentos de seu castelo. Porém, Harker começa a duvidar de tanta hospitalidade, e nas suas investigações descobre ser um prisioneiro. É a partir disto que o livro realmente começa. O jovem percebe que há realmente algo de errado com o Conde pois nunca o viu comendo ou bebendo o que quer de seja, e sempre só o via ao cair da noite.
Mas ele só começa a perceber que havia algo de sobrenatural realmente quando encontra suas "noivas". Três vampiras sedentas que protagonizam a cena mais 'erótica' e 'sensual' do livro, mesmo que isto fique nas entrelinhas. Acreditem em mim, toda esta parte do castelo é MUITO medonha, e você vai se sentir transportado para um daqueles filmes antigos do vampiro mais famoso de todos os tempos.
Um dos momentos mais tensos da história, é aquele que somos transportados até Londres, e conhecemos as aflições da noiva de Harker, Mina Murray que narra seus desejos e anseios à sua amiga, Lucy Wenstera. É através de cartas, diários e telegramas entre as duas que o principal foco da história irá girar e nos apresentar três personagens importantes, os pretendentes à mão de Lucy: Dr. Seward, médico-psiquiatra em sanatório. Seus relatos diários sobre um doente mental, Renfield, também entram na trama como uma parte de um quebra-cabeça que será montado e compreendido depois na história. Quincey Morris, um texano, também pretendente da srta. Lucy. Um daqueles personagens que tem só uma fala ou outra na história, mas que você não sabe o porquê, simpatiza com ele. E por fim, Arthur Holmwood, o escolhido pela jovem senhorita.
É ao redor da jovem e seus misteriosos surtos de sonambulismo que a história gira inicialmente. E é por sua causa que um dos personagens mais icônicos aparecem na história, o médico-filósofo-metafísico-meio-padre Abraham Van Helsing. Não sei porque, Hollywood me acostumou com a figura de Van Helsing sendo um homem de ação, e não um velhote como descrito no livro. Alguém com peitoral cabeludo, chapéu, cabelos longos que se parece com Hugh Jackman em seus momentos mais lenhador. Então o Van Helsing que habitava minha imaginação era mais ou menos um Indiana Jones cabeludo, se vocês conseguem imaginar.
Este é um daqueles livros que te deixa tenso e com vontade de ler a cada cliffhanger de final de capítulo. Fico imaginando como foi para as pessoas daquela época, em que o mito do vampiro não era tão difundido, ir descobrindo aos poucos um novo monstro, um terror da noite. Devia ser bem mais medonho. O livro é com certeza um clássico, não só para o seu estilo, mas para a literatura mundial. É através dele que muitos detalhes sobre os vampiros foram passados à frente e colocados em outras histórias de vampiro. Drácula é realmente, o pai de todos os vampiros. (Apesar de o próprio Drácula ter uma mãe - Carmilla - conto sobre vampiros anterior ao livro de Stocker.)
É inegável também o valor de Drácula para o cinema de terror, de Nosferatu até os filmes de Bela Lugosi ou de Christoper Lee. Conde Drácula mantem-se um personagem recorrente e muito querido no cinema. Apesar de suas inúmeras interpretações, o personagem não parece desgastado nem ter perdido força através dos tempos. Pois o mito do vampiro continua encantando ou amedrontando em doses variadas a cada geração.

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